O vale é uma riqueza de visuais, com paisagens naturais magníficas pontuadas por vilarejos de origem inca aqui e ali. O Rio Urubamba em si é modesto, nada a se comparar aos rios amazônicos. Porém, ele deu — e ainda dá — a vida a uma das regiões mais lindas do Peru.
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Cultivo milenar do milho na região. (Percebam a miudeza do ônibus na imensidão da paisagem.) |
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Construções incas no alto. Nenhuma civilização se acostumou ao sobe-e-desce tanto quanto os incas. Imagine percorrer estas alturas (e com pouco oxigênio, pois estamos a mais de 3.000m). |
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Você se sente um ponto na imensidão. |
Tivemos muita sorte de a chuva nesse dia dar uma trégua. A melança é grande quando chove, como você pode supor pelo visual das fotos. A subidas se tornariam ainda mais problemáticas. É preciso ter pernas.
Sua viagem terá breves paradas aqui e ali, com tempo livre para explorar as ruínas nas alturas e — se quiser — fazer compras. Este é um roteiro bem turístico, e há portanto vendedores de souvenirs andinos por toda parte. A cada parada onde o ônibus estaciona, há barraquinhas e ambulantes vendendo milho cozido (de diferentes tipos!), batata com molho tradicional apimentado, roupas de alpaca (ou não; leia aqui para saber diferenciar), bolsas de tecido, etc.
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Como você pode ver, os lugares (e as pessoas) são bastante pobres e simples. |
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Acho que paguei R$ 2 nesse pratinho de batata e ovo cozidos regados com uma salsa picante por cima. A batata ficou meio seca depois a salsa acabou, mas deu pra complementar o café da manhã. |
Com o tempo eu percebi que não era o único brasileiro do grupo. Encontrei uma curitibana morena que estava viajando solo, e nos ajudamos com as fotos. Mais adiante, comprando trufas de maracujá numa parada, percebi que a vendedora era brasileira também, uma loira de Salvador que veio ao Peru e nunca mais voltou ao Brasil. "Uma energia dessas. Eu vim pra cá e nunca mais saí.", disse-me a conterrânea de tranças no cabelo e trufas deliciosas.
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Vendedoras fazendo marcação. |
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Com a vista ao fundo. |
Acho que nunca estive num lugar mais "Indiana Jones".
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Eis as escadas, rumo à luz. |
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Eis a vila, entre as montanhas. |
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E eis as alturas, com os miúdos caminhantes ali. |
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Subir, subir. |
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As formiguinhas rumando ao alto. |
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E, no alto, edificações dos tempos dos incas. |
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Pausa para um descanso... |
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... e gaiatices fotográficas, mirando o pôr do sol lá do alto. |
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A luz já deixando Ollantaytambo ao final da tarde. |
Aquela formação na parte baixa da foto acima são barracas de souvenirs. Elas lotam aquela praça principal de Ollantaytambo, mas vão todos embora assim que o sol se põe e que os turistas partem.
Peguei minha mãe, que estava aguardando lá embaixo, e peguei também uma deliciosa Inca Cola para refrescar. (Mentira que não é deliciosa, o troço é ruim pra diacho, com um gosto artificial que lembra chiclete e uma cor amarelo-ácido-de-bateria. Mas quebra o galho.)
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Tomando Inca Cola. (A cara não foi proposital. Esta foto foi tirada sem o meu consentimento. O alívio é autêntico. Beba Inca Cola.) |
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Meninada vestida com trajes tradicionais da região na feirinha. |
Você pode pensar que, terminado o sol, terminou o espetáculo. Mas Ollantaytambo é bem bonitinha, toda de ruas e regos e calçamento e aquedutos feitos pelos incas nos séculos XIV e XV, e com casas que conservam até hoje suas sólidas bases de rocha maciça.
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Ruas do vilarejo de Ollantaytambo. (Me disseram que ficasse de olhos abertos se perambulasse à noite por corredores estreitos, mas não cheguei a sentir risco.) |
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As casas com suas fundações inteiras feitas no tempo dos incas. |
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Arcadas seculares que hoje servem de entrada a restaurantes. |
No final das contas, achei Ollantaytambo um vilarejo muy precioso, como gostam de dizer em espanhol. De quebra, é cheio de albergues, hostels e pousadas fofinhas. (A que ficamos tinha jardim, quintal com plantas e rochedos, etc.) E não são caras.
Chegando a noite, o pretume vai se formando onde antes havia as montanhas. O recorte fica delineado pelo céu, cuja cor vai se transformando mais devagar. A melhor decisão foi pernoitar aqui antes de ir a Machu Picchu, aqui perto. Entre cá e lá uma pizza, e a noite a ser admirada no céu.
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Uma outra praça de Ollantaytambo ao anoitecer. |
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