segunda-feira, 6 de junho de 2011

Mairon em Bali: Praias, templos, e o famoso café Luwak

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Bali. É pra cá que vem a maior parte dos turistas na Indonésia. Não é difícil entender o porquê: Bali parece uma mistura da Índia com o Havaí, e guarda tanto religião e cultura quanto festas à beira da praia com guirlandas de flores no pescoço.

Bali é uma ilha de seus 150x100km logo a leste de Java, e guarda uma série de pecularidades. No post anterior eu mencionei que a Indonésia, antes de se tornar islâmica, era hindu e budista. Pois então: os balineses nunca se converteram, e permanecem hinduístas até hoje. Mas é um hinduísmo diferente. Por exemplo, em Bali não vi vacas nas ruas, mas vi muitos arranjos com flores (típicos do hinduísmo), muito incenso, oferendas aos deuses, e muito misticismo.
O Buda se mistura muito ao hinduísmo de Bali, e as flores estão por toda parte nas oferendas diárias aos espíritos: normalmente se colocam doces, pétalas de flores, e ervas aromáticas. 
Mas, para os turistas, Bali é também a terra da curtição, praia e surf. Isso é principalmente o sul da ilha, onde as praias são boas mas é meio hiper-turístico. É aquela coisa de praia de dia e festa de noite.

Na rua te oferecem de tudo, desde passeio de barco até viagra. Na primeira noite ia caminhando um casal de turistas na minha frente e chegou um carinha oferecendo viagra, com a caixinha do remédio na mão. Hehe, a mulher ficou fula, despachou o vendedor dizendo que companheiro dela não precisava dessas coisas não, hehehe. Além disso te oferecem "massagens" também. De dia é massagem mesmo, de noite é outra coisa. Ou, como eles dizem lá, é massagem "com final feliz". É tudo pra turista no sul de Bali.
Praia de Legian, em Bali.
Um bar que achei circulando à noite no sul de Bali. A dona era uma francesa que foi à Bahia e resolveu abrir um bar latino com o nome.
Saindo-se dessa parte hiper-turística de Bali e de mais badalação, dá pra se ver outras áreas bem interessantes. No centro da ilha, por exemplo há paisagens bem bonitas com terraços de plantação de arroz "em escada", descendo a colinas, e templos perto de lagos. Melhor as fotos falarem por mim:
Terraços de cultivo de arroz nas partes centrais de Bali.
Templo na região montanhosa do centro de Bali.
Santuário da antiga família real, do século XVII.
Templo de Tahah Lot à beira do mar, oeste de Bali.
A parte que mais gostei foi a cidade de Ubud, no centro de Bali. Lá é o centro cultural da ilha, onde assisti à dança balinesa. São apresentações bem teatrais, em que os dançarinos estão na verdade contando uma história, ou comunicando sentimentos através de expressões faciais, passos e gestos com as mãos.
Uma das várias dança balinesas. Como em algumas danças do sul da Índia, nesta daqui as expressões faciais são muito importantes para comunicar o sentimento da dança. É impressionante como os dançarinos conseguem mudar o olhar de repente e manter a coordenação dos gestos com as mãos e dos movimentos de pés.
Pra quem quiser ver uma palhinha, filmei alguns trechos das danças que assisti. Pra quem se interessar e quiser ver mais, lá no YouTube dá pra achar videos mais longos.

Dança balinesa 1: http://www.youtube.com/watch?v=VQ2G6T6Jze8
Dança balinesa 2: http://www.youtube.com/watch?v=0wNwgaLmVI0

A tranquila cidade de Ubud, com muitas lojas de arte (pinturas e esculturas locais), belos restaurantes e muitas apresentações culturais.
Templo em Ubud, Bali central.
Uma curiosidade é que Bali parece ser o único lugar da Indonésia onde tem cachorros. Em Java e na Sumatra eu só via gatos. Perguntei a Jubi, ela me explicou que pela crença islâmica se você tiver cachorro em casa o anjo do senhor não entra (afinal, vejam o canino ameaçador aí na foto). Além disso, se você sujar sua mão com saliva de cachorro é preciso lavá-la sete vezes antes de rezar, cada uma das vezes de uma maneira diferente (uma delas com areia). Muita trabalheira, então as pessoas preferem ter gato.
Foram três dias de relax, basicamente comendo, passeando na praia, vendo lugar bonito e fazendo compras. Êêê vida boa, hehehe.
Num restaurante em Ubud.
No Santuário da Floresta dos Macacos, com sarong obrigatório na cintura.
No templo de Ulun Danu, junto ao lago Beratan, nas montanhas do centro de Bali.
Plágio de Star Wars? hehehe.



Epílogo
Como essa folga não pode durar a vida toda, é hora de dar seguimento com os trabalhos em Amsterdã. O voo de Jacarta leva 16 horas, com uma escala em Dubai. Até Dubai tive o prazer de ir sentado ao lado de uma bela moça árabe carregada de ouro e que fazia inveja a qualquer uma das personagens de O Clone. O engraçado é que, como minha barba está meio crescida, a tripulação achou que ela era minha esposa. (Hehehe, quem dera, mas também ia me levar à bancarrota). Mas a moça não era de muita conversa não. Enfim, a vida prossegue cá em Amsterdã e breve estaremos em contato novamente para a próxima viagem.

Valeu a todos que acompanharam, os leitores casuais, os comentários deixados, os feitos por e-mail, etc. Não deu pra falar de tudo, pois a Indonésia é muito grande. Há também muitas áreas que eu não visitei (ainda), e pontos que fiquei sem detalhar. Por exemplo, acabei esquecendo de comentar que Obama morou na Indonésia durante sua adolescência e os indonésios são super orgulhosos disso. Acabei não tratando também do famoso Café Luwak, feito com  fezes de luwak, um tipo de raposa do norte da Sumatra. (Comprei um pacote e, quem quiser experimentar, venha me visitar lá em Feira e a gente toma uma xícara).
O Café Luwak, um dos mais sofisticados e caros do mundo. Dizem que o trato digestivo do Luwak dá um sabor todo especial  às sementes do café, que passam - e são postas pra fora - sem serem digeridas. Os produtores então catam, lavam e moem o café.
Pois é, hehe, terra bem exótica. O melhor de tudo é dividir essas histórias com vocês. Deu também pra mostrar bastante coisa e quem sabe até inspirar suas próximas viagens.

Voltei são e salvo a Amsterdã, e como o verão daqui está chegando (e promete!), breve estaremos em contato de novo pra ao leste europeu (Bielorrússia, Ucrânia, Romênia e Estônia).

Aquele abraço, e valeu a todos.

Mairon
Bali, Indonésia.