sexta-feira, 24 de junho de 2016

Visitando as "mulheres-girafa" do pescoço comprido e outras tribos das colinas na Tailândia

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Eis a famosas mulheres do pescoço comprido (que até chegar aqui eu nem sabia que viviam na Tailândia).

Numas choças de madeira e palha vivem essas inigualáveis mulheres. Fazem parte da tribo Karen (às vezes escrito Kayan), uma das várias que habitam estas colinas aqui do extremo norte da Tailândia, sul da China, e áreas adjacentes nos outros países da região. São um povo de cultura particular, uma minoria étnica que desconhece as fronteiras políticas que lhes foram impostas nos tempos modernos.

A chegada até aqui não é complicada. De Chiang Rai, já no extremo norte da Tailândia, é facílimo organizar passeios de um dia que te levem a ver uma um grupo dessas tribos das colinas (hill tribes). A cidade é repleta de agências ofertando passeios  pesquise, pois os preços variam. (Há quem faça o passeio até aqui desde Chiang Mai, mas assim ele fica muito mais longo, e eu acho que pelo menos uma noite em Chiang Rai vale super a pena.)

Numa área meio roçado, meio floresta, 5 das tribos (inclusas aí as Karen) organizam elas mesmas um tipo de etnoturismo, que te permite vê-las em seus diferentes trajes tradicionais, comprar artesanatos feitos por elas próprias (você as verá fazendo ali no ato), e de quebra ver algumas performances musicais.

É ligeiramente salgado o preço da entrada (300 bahts, o equivalente a uns 30 reais), mas parece ir para as mãos certas. Não me arrependi hora nenhuma de tê-las visitado e conhecido-as pessoalmente. O lugar é bastante pobre, e inspira ajuda.
O lugar onde as mulheres das tribos fazem sua exposição. Bastante simples e visivelmente pobre. Naquelas barracas elas passam o dia, em geral com suas crianças ali também. Estão sempre ansiosas por vender algo, fruto da necessidade.
Este curioso portão cerimonial marca a entrada da primeira tribo que você encontra no percurso, a tribo Akha. O portão, segundo eles, é erigido num detalhado ritual todo ano, no mês de abril, para manter as forças do mal do lado de fora. Usa energias masculina e feminina, como você pode ver denotado pelos curiosos bonecos de madeira que eles põem ao lado das traves (sim, são um homem e de uma mulher "em ação").
Esta divertidíssima vovó Akha, que ria a valer, tentava nos vender todo tipo de artesanato, desde adereços femininos a apito de madeira que imita o som de pássaros (e ela soprava pra mostrar).
Maroto com uma das gatinhas da tribo Yao.
Agora com o traje tradicional (que lembra as vestes dos mandarins da época da China Imperial). 

Os Yao são originários do sul da China, e são a única destas tribos a ter língua escrita (as demais têm uma língua oral distinta, mas sem escrita). Os Yao foram desde o século XIX envolvidos no cultivo de ópio, então comercializado pela Grã-Bretanha  o que levou às Guerras do Ópio contra a China Imperial. O tráfico ilegal de ópio, contudo, continuou século XX adentro, e em partes até hoje. Atualmente, estas famílias buscam outros modos viáveis de sustento, mas são o elo mais frágil da cadeia. (Situação semelhante à de famílias rurais mexicanas que às vezes não encontram outra atividade econômica além do mercado das drogas controlado pelos cartéis.)
As condições de habitação são estas aqui.

As mulheres do pescoço comprido, naturalmente, são as que mais chamam a atenção. Aqueles anéis de metal que as caracterizam lhes são postos ao redor do pescoço a partir dos 5 anos de idade, adicionando-se mais um a cada ano até que se casem. (Sim, é uma das expressões mais bizarras de dominação machista em voga.)

Diz a lenda que, há muito, muito tempo (nesta galáxia aqui), uma das mulheres da tribo sofreu o ataque de um tigre na floresta, que lhe aplicou uma mordida fatal no pescoço. Desde então, como proteção, as mulheres passaram a vestir esses notórios anéis de metal.

A detentora do recorde de pescoço mais longo do mundo, segundo o Guinness, alcançou 40cm de pescoço usando esses anéis. A verdade, no entanto, é que anatomicamente falando não é o pescoço que cresce, mas o tórax que é rebaixado, distanciando-se da cabeça durante o crescimento (já que os anéis começam a ser postos desde tenra idade). 

Um dos efeitos que você não imagina vendo apenas as fotos é que suas cordas vocais são danificadas. Como resultado desse processo, elas falam apenas baixo e com uma permanente rouquidão. 

Podemos achar curioso  e, é claro, não deduza que sejam todas miseravelmente infelizes, elas em geral parecem muito tranquilas, e algumas são muito alegres , mas suspeito que ninguém com escolha iria querer para si um destino desses.
Uma delas com uma menininha da tribo, já com seus aros no pescoço.
Acho que esta foi a senhora de pescoço mais longo que encontramos nesta visita.

Como você deve saber, é muito difícil remover os anéis depois de adultas, pois o pescoço fica sem sustentação suficiente. Dizem que é possível, e que elas às vezes o fazem quando necessário (ex. algum exame médico), mas já não é confortável viver sem os anéis. Hoje, eles são símbolo de sua identidade cultural apesar do trauma físico.

A moda agora, segundo elas, é usar anéis também nos braços e pernas, como enfeite. (É sério). 
Fiandeiras com anéis também nas pernas. Elas fazem uns xales simples mas muito bonitos, ali mesmo, de algodão, e que custam uma pechincha.

As outras duas tribos eu deixo pra vocês conhecerem pessoalmente, quando vierem aqui. Encerro com um pequenino vídeo de uma destas mulheres tocando violão para nós durante a visita.



Retornamos à entrada, completando o circuito, onde nos esperava o nosso sorridente e folgado motorista. Havíamos o contratado para o dia, que pode sair mais em conta se forem várias pessoas  e te dá a liberdade de fazer o seu próprio ritmo. Mas tínhamos ainda coisa pela frente neste extremo norte do país.

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Atendendo a pedidos, resolvi expandir um pouquinho este post para falar também das duas outras tribos.

Abaixo estou eu com uma simpática moça da quarta tribo, os Palong, dos notáveis (e enormes) brincos. Onde mais você já viu brincos que chegam até os seios?

Essas mulheres tradicionalmente usavam rodas de marfim (proveniente das presas de elefantes) para expandir os lóbulos das orelhas. Hoje, como as populações de elefantes estão bem diminutas e a sua caça é ilegal, usam prata.  

Essa tribo é relacionada com as Karen, do pescoço comprido, ainda que guardem suas distinções visíveis. São em geral budistas, com aquela mistura de animismo tribal tradicional. Assim como as outras tribos, os Palong vivem sobretudo no vizinho Myanmar e aqui na Tailândia. Sofrem, contudo, um problema "existencial", pois muitos aqui não são reconhecidos como cidadãos tailandeses e ficam sem documentação. 
Com uma garota da tribo Palong.

Finalmente, os Lahu são diferentes. Vivem sobretudo na China, lá em número de quase 1 milhão  o que mesmo assim forma uma minoria ínfima naquele imenso país de 1.4 bilhão de pessoas. Centenas de milhares vivem cá na Tailândia, Myanmar, Laos e Vietnã, espalhados aqui pelo Sudeste Asiático. 

A situação, como sempre, é de altíssima vulnerabilidade. Ainda que elas não façam nenhuma deformação anatômica, são pobres e vivem de pouquíssimos recursos. Faziam umas demonstrações simples de dança e percussão para os turistas aqui, pelas quais pediam uma doação voluntária ao final. A periclitância é tanta que algumas, em seu inglês extremamente limitado, já te cumprimentam falando o preço das coisas pra você comprar. 
Choça onde as Lahu fazem sua apresentação tribal.
A criança (ou eu deveria dizer aS criançaS? não sei se a garota é mãe ou irmã), animada, sem saber ainda o futuro que a espera. Que futuro a espera?

sexta-feira, 17 de junho de 2016

Chiang Rai e o fabuloso templo branco "pop" Wat Rong Khun

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Veja se o templo não parece saído de alguma fábula, encantador e ao mesmo tempo misterioso. O Wat Rong Khun, mais conhecido como "o Templo Branco", é o trabalho ainda em andamento de um artista tailandês contemporâneo, Chalermchai Kositpipat. Misturando elementos budistas e da cultura pop (você verá), esse senhor daqui da cidade de Chiang Rai diz que seu projeto só será concluído em 2070. Deve estar querendo ser o Gaudí asiático, cuja obra na Sagrada Família segue ainda décadas após a sua morte.

Estamos no extremo norte da Tailândia, a poucas horas de viagem de Chiang Mai. Chiang Rai é uma cidade bem menor, mas merece a sua atenção. 

Há um centrinho com um bazar de rua todas as noites, cheio de atrações musicais, comidas e artesanatos. A cidade também é um ótimo ponto de apoio para conhecer um pouco das colinas, das tribos indígenas daqui da Tailândia, e a região da tríplice fronteira com Laos e Myanmar (antiga Birmânia)  além do Templo Branco.
Lá fica Chiang Rai, na província homônima no extremo norte da Tailândia, já quase na fronteira. (A oeste está Myanmar; a nordeste o Laos, e a sudeste o Camboja. Cá no extremo sul a fronteira é com a Malásia. Aula introdutória de geografia do Sudeste Asiático.) 

O ônibus da viagem tinha até pão com feijão como lanche de cortesia. Como de costume aqui no leste da Ásia, o pão é doce, e o feijão também.

Chegamos em poucas horas de Chiang Mai à moderna rodoviária de Chiang Rai. Um par de toldos  daqueles de campanha de vacinação  montados na rua faziam as vezes de sala de espera, e um quiosque vendia as passagens. (Verdade seja dita, há uma rodoviária mais nova à beira da rodovia, fora da cidade, mas de lá seria preciso tomar um táxi. Esta estação antiga, no centro do centro, é uma opção bem melhor. Certifique-se até onde o ônibus vai na hora de comprar sua passagem. A rodoviária antiga costuma ser a parada final.)
Ainda com as minhas mochilas, chegando à hiper-moderna rodoviária antiga de Chiang Rai. Cadeiras plásticas ali agarradas ao chão e toldos, à beira da rua onde os ônibus param.

Aqui no centro tudo se faz a pé. Recusamos algumas ofertas breves de taxistas e, logo após deixar as bagagens na pousada, fomos direto ver o Templo Branco.

Negociei com um motorista de tuk-tuk a ida, espera, e retorno. É necessário pois o templo fica longe, e sai mais barato fechar tudo com um só motorista do que ter que negociar a ida e depois a volta. Em tese, me pareceu que os tuk-tuks não têm autorização para pegarem a rodovia até lá, mas esses são detalhes, nada que aqui na Tailândia não se resolva. Vimos o motorista fazer aquele joinha de camaradagem com a Polícia Rodoviária e não houve problema. (Depois você fique aí achando que essas coisas só rolam no Brasil...)

O tuk-tuk sai mais barato que um táxi de verdade, e é bem mais divertido.
Embarcando no tuk-tuk, um desses pequeninos veículos motorizados de três rodas e sem portas. 
Tomando a rodovia rumo ao Templo Branco, que fica a uns 15km do centro da cidade. 

Chegando ao Templo Branco, você rapidamente percebe que não está visitando um templo budista convencional.

A ideia do artista do Wat Rong Khun tem sido a de mesclar a sua interpretação pessoal do Budismo com personagens e elementos da cultura pop atual. Há uma ponte para o paraíso na entrada, guardada por imagens budistas de espíritos celestiais; um jardim de cabeças de demônios em danação nos planos inferiores; e mãos das almas penando querendo alcançar o céu. É meio heterodoxo, mas curioso.

Não há custo de entrada, mas há uma estrutura organizada com percurso para a visita, etc., além de muitas lanchonetes e lojas independentes nos arredores.
O Templo Branco de frente, após um lago com peixes. Sobre a água, a Ponte Celestial.
O templo mais de perto.
À entrada da ponte, espíritos guardiões devas da mitologia budista/hindu. 
Você segue pela ponte, e ali abaixo estão mãos suplicantes das almas que não chegaram até onde você chegou. 
As mãos suplicantes.
Não é permitido tirar fotos do interior do templo propriamente dito, mas digo-lhes que por dentro ele parece mais um templo budista "normal"  exceto pela presença inusitada de personagens pop tipo Goku, Harry Potter, Sailor Moon, Neo (de Matrix) e o exterminador do futuro (dentre muitos outros) juntos com Buda nas ilustrações das paredes.
O outro lado da ponte, à entrada do templo. Você pode achar o que achar as viagens do cara, mas a riqueza de detalhes é impressionante.
Portal de saída, do outro lado.
No jardim dos arredores.
Cabeças de demônios penduradas ali, longe do templo.
Nesta outra, figuras conhecidas da cultura pop, como Hellboy, o Gollum, o vilão do filme Hellraiser, entre outros.
Esta era basicamente a única construção daqui que não era branca, com a Pequena Patrine ali a se transformar.
É um lugar curioso. Seguramente não é a mesma atmosfera serena e profunda dos templos budistas habituais, pois você está a todo momento se divertindo com as presenças inusitadas. Mas é uma visita interessante, além de ter uma arquitetura bastante particular. Sem dúvida vale a pena a visita. 

(Um outro artista fez aqui perto o oposto, a chamada Casa Negra, com crânios de bode, peles de animais, e outras "decorações" um tanto sombrias para ilustrar o lado baixo do ser humano. Não fiz a mínima questão de visitar.)

Na saída do templo, o nosso motorista de tuk-tuk já estava ali animadamente nos aguardando, com o sorriso característico dos tailandeses, mas também certificando-se de que não daríamos o fora sem pagar.
Despedindo-se do celestial Templo Branco...
... e retornando a Chiang Rai já ao fim do dia.

Fim de dia em Chiang Rai é sinônimo do seu Night Bazaar, o bazar noturno que ocorre a semana inteira. Se durante todo o dia a cidade é quieta e sem muito movimento, à noitinha ela finalmente desperta. Basicamente todos os turistas da cidade vêm pra cá  comer, ver música ao vivo, e comprar produtos da região. Além dos souvenirs genéricos habituais, há bastante coisa têxtil fabricada pelas tribos daqui do norte da Tailândia.

Às 19:00h, 20:00h, e 21:00h em ponto há também um show de luzes e sons no relógio da cidade. É bonito, e se você chegar cedo pode achar lugar para jantar sentado à calçada de frente para o relógio.

Deixo vocês com as fotos do relógio iluminado e do Chiang Rai Night Bazaar (incluso do meu belo sorvete no melão).
O relógio de Chiang Rai numa das rótulas da cidade. As luzes dos arredores se apagam quando está prestes pra começar o show. 
O meu prato de macarrão temperado com camarão, já ali a postos para assistir ao espetáculo.
O relógio numa das suas muitas outras cores. Fiz um vídeo da música, mas prefiro guardar a surpresa pra quando vocês verem pessoalmente.
O bazar noturno de Chiang Rai. Esta, no entanto, é apenas uma das muitas ruas. Ele é extenso e toma praticamente o centrinho inteiro.
Música ao vivo.
Meu magnífico sorvete servido no melão. Cubinhos de geleia negra e castanhas d'água (caso você esteja perdido com esses adendos, ver Pelas ruas e mercados de Bangkok experimentando a comida tailandesa, a melhor do mundo).
Praça de alimentação na rua. Muito gostoso.
E falando em gostoso, umas frituras aí, inclusos os malafamados insetos (à direita).
Escapando pra uma coisa não-asiática, pra variar o paladar.
E passeie pela rua. Só cuidado, se não as tailandesas te pegam.


sexta-feira, 10 de junho de 2016

Num santuário de elefantes na Tailândia: Uma visita inesquecível

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Elefantes são dos animais mais fascinantes do planeta. Inteligentes, amistosos, e ameaçados. Uma vinda à Tailândia não está completa sem uma visita a um dos muitos santuários de elefantes que há aqui no norte do país. Nos arredores de Chiang Mai há dezenas deles, mas nem todos os tratam bem, então se você se importa com os elefantes, vale a pena ter atenção na hora de escolher. 

Muitos parques selam os elefantes com arreias de metal que, ao longo do tempo, podem criar ferimentos na pele e infecções. Além disso, há muitos casos de treinadores que os machucam. E, convenhamos, ficar somente carregando turistas de A a B por horas a fio é algo que nada tem a ver com a disposição natural desses animais. Os elefantes têm relações sociais complexas, incrível memória, e grande capacidade cognitiva. São também os únicos animais além do ser humano a ter demonstrado reconhecer a morte. Certamente merecem seu respeito.   

Nós optamos por visitar um santuário onde os visitantes participam de atividades naturais dos próprios elefantes  como caminhar com eles nas colinas, alimentá-los, e entrar com eles na água. Quando habituados aos humanos, eles são dóceis e amistosos. É uma visita inesquecível. 
Área do santuário que visitamos. Ambiente natural para os elefantes.
Era um dia ameno de sol, como é característico aqui do norte da Tailândia. Os funcionários do parque vieram nos buscar na pousada de manhã, como é habitual, coletando visitantes também em outros hoteis. 

Nós escolhemos o Elephant Rescue Park dentre as dezenas de opções. Eles deixaram claro que provavelmente não montaríamos os elefantes, e falaram das outras atividades. Aprovei ao saber que seus elefantes são todos resgatados  ou seja, já estavam fora do ambiente natural e de suas famílias. Uma das elefantas do parque, por exemplo, havia sido usada por madeireiros, já que os elefantes têm facilidade em transportar troncos pra lá e pra cá.   

Há vários elefantes "crianças" no parque também, às vezes de pais que foram abatidos. Tais como as crianças humanas, eles são mais "soltos" e sociáveis. São fofíssimos.
Este pequeno elefante tinha apenas um ano e meio de idade. Os elefantes, se sadios, podem viver até mais de 80 anos.

Essas roupas vermelhas são os uniformes que os elefantes estão acostumados a ver. Boa memória que têm, os funcionários preferem que os visitantes estejam na roupa com a qual os elefantes estão familiarizados, para que não estranhem.

De quebra, você fica com essa charmosa indumentária, chapéu de palha de agricultor, e botas de borracha que serão completamente inundadas quando você entrar na água. 
Nascido para o campo. Ainda antes de pôr as botas. (As bananas são para os elefantes.)
Indumentária completa. Só faltou o capim na boca.
Momento Gandalf to Sudeste Asiático. You shall not pass!
Voltando aos elefantes... Se você sair cedo, a equipe do parque ainda passará na feira livre para comprar bananas para os elefantes. Infelizmente as do supermercado não servem, devido à presença intensa de pesticidas nas cascas das bananas. E os elefantes, naturalmente, as comem com casca e tudo.

Nós saímos com um pouquinho de atraso e, pra não perder tempo, recebemos bananas que o próprio parque já tinha. Caminhamos, subimos colinas com os elefantes (muito mais fácil pra eles, parecia), e descobrimos as plantas que eles comiam. Fiz um vídeo curto de nós dando-lhes as bananas. São uma fofura, e comilões. 

A parte mais divertida, digo, é entrar na água, numa lagoa onde eles se banham. Atiram-lhe água sem a menor cerimônia, e sem os instrutores mandarem. No começo você pode ficar meio "fresco", sem querer se encharcar todo. Mas, quer saber? Entregue-se. Você não vai ter muitas oportunidades dessas na vida.
Nós entrando na lagoa com os elefantes.
Flagrado ali na água, já sem o chapéu.
Meu amigo, já encharcado, com um dos elefantes.
Almoçamos, depois de nos trocarmos, e no começo da tarde já estávamos de volta. Há passeios mais longos, mas em geral são programas de meio dia. O almoço em geral está incluso.

Não preciso mais dizer o quanto é memorável uma visita dessas. Parte fundamental da sua vinda à Tailândia. 
Dois elefantinhos, e os funcionários. Visivelmente gente simples e pobre, que também precisa de atividades econômicas viáveis pra se sustentar.