Aeroporto de Narita, em Tóquio. |
Foram 20 dias cá em "Cipango", como se referiu Marco Polo ao Japão. Cipan era como os chineses antigos se referiam àquela terra — literalmente "origem do sol". Guó era "reino", daí Cipan-guó. Os portugueses, primeiros europeus a navegar à Ásia, adotaram o nome e esse ganhou variações pelas línguas ocidentais. Já os próprios japoneses, desde as suas antigas correspondências com a Dinastia Sui (581-618 DC) da China, passaram a identificar a sua terra como Nihon ou Nippon (variações do Cipan, com o mesmo significado), nomes mantidos até hoje.
Mas ao contrário de Marco Polo (que retornou da China), eu cheguei ao Japão. Foi o lugar mais longe onde já estive, e — de acordo com o Google Earth — para superá-lo eu agora precisarei ir às Filipinas ou a Guam, território dos Estados Unidos no Pacífico. (Isto é, se eu não embarcar em alguma viagem à lua nesses próximos anos). Veremos.
Apesar de não ter exaurido tudo o que o Japão é e tem a oferecer, fiz questão de conhecer o que pude e de mostrar altos e baixos, dentre as várias facetas dessa complexa nação. Eu não quis ficar naquela adoração superficial que os guias de viagem fazem sobre qualquer lugar que escrevem a respeito. Fiz questão de mostrar vários lados, inclusive, para que nós do Brasil — acostumadíssimos a achar que mazelas sociais só existem aqui — vejamos que em algumas coisas nós estamos à frente, como na igualdade de gênero. Por outro lado, é preciso reconhecer as grandes qualidades do Japão e a superação desse povo que foi capaz de construir um país desenvolvido depois dos arrasos da guerra..
A experiência é fabulosa e eu recomendo a todos, não só pelo exotismo cultural e pelas peculiaridades, mas também para conhecer como é possível ser desenvolvimento sem adotar completamente os padrões europeus\norte-americanos de sociedade. Da mesma forma que o Japão pôde se desenvolver mantendo muito da sua cultura e segue lidando com problemas sociais arraigados (como o machismo), nós no Brasil temos nossos problemas sociais a enfrentar mas podemos, sim, também construir um desenvolvimento sui generis a partir da nossa cultura.
Sayonara, Nihon! Obrigado por todas as lições, e até a próxima.
(Em breve, a viagem pelo Mediterrâno continua, com a chegada à Turquia.)
uaaaauu...muito bem seu libriano viajador..entao ha mais cousas por ai...
ResponderExcluiradorei conhecer o japão atraves desta viagem marcopolesca..haha
é isso ai cada qual com suas mazelas...esperemos que eles possam superar as deles e nós as nossas.. é isso ai e que venha Istambulllll e o Bósforo..uaaauuu..
Realmente um Mairon na Lua seria épico.
ResponderExcluirE depois disso vai ter que rolar um livro sem dúvida.
Bom de ler o que vc escreve é a sinceridade, apontando todos os pontos negativos e positivos. Muito bom.