terça-feira, 18 de dezembro de 2012

Tranquilidade na ilha de Syros

Terminado o tour em Santorini, era hora de conhecer as ilhas menos turísticas da Grécia. Deixe as casinhas brancas de lado e descubra há também outras belezas. Fui então à ilha de Syros, a Patmos (onde, segundo a tradição, João escreveu o Livro do Apocalipse), e Samos, onde o filósofo Pitágoras nasceu.
Igreja na ilha de Syros, Grécia. Como sempre disse, o céu aqui não tem nuvem.

Cheguei em Syros já em meados da tarde vindo de ferry de Santorini. A ilha é quase toda de pedra lisa, dessa que você vê na igreja da foto, inclusive o pavimento das ruas, pois aqui não há asfalto. Imagine aquele calor, mas pelo menos tinha uma brisa vindo do mar.

Syros, na verdade, era só uma parada de algumas horas enquanto eu aguardava meu próximo ferry para a ilha de Patmos, que sairia à noite. Mas até lá, eu tive algumas horas para explorar  eu e minha mochila de 15 kilos.

Pouca sorte foi a ilha ser toda íngreme, cheia de escadarias que levam do centrinho lá embaixo, à beira do porto, até o alto das colinas, onde ficam as igrejas  e onde eu queria ir.

Não havia outro caminho; era ir subindo. (Ah, diz-se que há um ônibus, mas nunca vi).
Suei feito escravo no canavial pra chegar até aí com a mochila. Só os gatos me olhando, cachorro latindo, e idosos me assistindo passar.

A cidadezinha bem quieta. Vi mais idosos e animais de estimação do que tudo. Mas bonita, com palmeiras pra lembrar que aqui é o Mediterrâneo.
O pavimento de pedra de que falei. Não são calçadões não, é a rua mesmo. São todas assim. Não há asfalto. Dá uma sensação diferente. Gosto dessas experiências porque elas nos mostram que nem tudo é como a gente está acostumado a ver, e que as coisas podiam ser diferentes.
Praça central na ilha de Syros
As palmeiras em Syros
Garotos jogando futebol debaixo do sol numa praça. O calor fica por conta da sua imaginação. Mas a pedra esquenta menos que o asfalto.
Idosos prosando na frente de casa nesta quieta ilha.

Antes do pôr do sol, e depois de muita água, eu cheguei no topo. Lá havia a igreja da primeira foto, e dois idosos boa-praça que estavam conversando. Um falava inglês, me abordou, disse que morava na Dinamarca mas que passava metade do ano ali na ilha, que não trocava aquilo por nada. Só voltava à Dinamarca porque a mulher e os filhos estavam lá.

Desci ainda a tempo de ter luz sol, mas muito cedo para a janta. Voltei àquela praça onde os meninos estavam jogando bola e vi a cidade ganhar um pouco mais de animação com o chegar da noite. Sentei no banco da praça e me pus só a observar. A garotada estava jogando bola de novo, e agora havia um grupo maior. Me dei conta de que nada mudou muito nesse sentido em relação ao tempo em que eu é que estava na rua jogando. Tem sempre o gordinho; o que gosta de enfeitar com a bola e que acha que vai ser o próximo Lionel Messi; o que vem vestido com camisa de time (só que agora é da seleção espanhola); aquele que reclama quando o outro erra o passe e que faz aquele escarcéu todo... aqueles mesmos tipos que se veem no Brasil. Parece que, em algumas coisas, gente não muda.

Se isso fosse um livro de ficção, se diria, naquele estilo poético, que passaram-se horas sem eu perceber. Mentira; não passou nem meia hora.

Ainda faltavam algumas horas até o meu ferry, então fui jantar (uma pechincha). Me atenderam em grego, e eu tive que pedir o cardápio em inglês pra ter alguma chance de entender o que é que ia pedir, hehe.

No fim das contas, não vi um turista sequer. Às 21h peguei o ferry, que me deixaria na ilha de Patmos no belo horário das 3 horas da manhã.
Cidadãos tendo o dedo de prosa no barzinho em Syros. Esses bequinhos são característicos. E perceba que a pedra está por todo lugar.
Olha que cardápio deliciosooo? Mas belo ambiente.

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