Catedral neobizantina de St. Alexandr Nevsky, no centro de Sófia. |
São muitas as igrejas em estilo bizantino, do cristianismo ortodoxo de tradição grega. Afora isso, há belos prédios de arquitetura comunista ou neoclássica, além de praças verdes e bom preço pra compras. De todos os países europeus que visitei (mais de 20), a Bulgária é o mais barato. Em especial, procure os produtos de rosas, pois — você, assim como eu, provavelmente não sabia — mas a Bulgária produz 3/4 de todo o óleo de rosas do mundo.
Era ainda cedo quando eu despertei no meu albergue defronte ao sex shop (ver post anterior "Chegando a Plovdiv"). Meu quarto mal tinha janela ou iluminação natural. A única abertura dava para um paredão cinza ao fundo. Todo o ambiente era escuro e lembrava aqueles filmes de drogado, tipo Réquiem para um Sonho. Apartamento malacabado, TV ligada, e gente estranha largada no sofá o dia inteiro. Sem as drogas (ao menos que eu visse), mas repleto de gente esquisita.
Sendo assim, fiz questão de passar o dia inteiro na rua. Quando saí pela manhã as lojas ainda estavam fechadas, com alguns cães de rua dormindo na calçada. O centro de Sófia não é nenhum espetáculo: é uma típica vizinhança ex-comunista, com prédios grandes cinzentos e de aparência meio acabada. Mas é uma cidade bem arborizada, com boas praças, bondes elétricos, e alguns prédios especiais suntuosos, como a Academia de Ciências, o Teatro Nacional, alguns prédios do governo e as igrejas.
Centro de Sófia. |
Tendas vendendo livros numa das praças do centro. |
Trilhos do bonde elétrico e prédios da era comunista. |
Ruas transversais no centro. |
Prédio onde mora a minha amiga: também em estilo comunista, e sem pintura. |
Manhã na porta de uma loja no centro. |
Na Bulgária as pessoas falam mais inglês que no Brasil. Não é comuuuum, mas você encontra vendedores falando inglês, especialmente entre a turma jovem. Ao dizer que é brasileiro, aqui todo mundo logo fala: "Ah! Sua presidente é búlgara!". (Os europeus quase sempre vinculam nacionalidade a etnia, ao sangue). Ao que eu logo corrijo dizendo que o pai dela é que era búlgaro, mas mesmo assim é sempre motivo de orgulho pra eles. (Pra quem não sabia, o pai de Dilma Rousseff era búlgaro, e o nome era originalmente Roussev, sendo depois alterado). Gostando ou não de Dilma, sinta-se à vontade pra usar isso pra puxar conversa na Bulgária. Quase sempre funciona.
Afora isso, nunca comente com um búlgaro que eles usam o "alfabeto russo". O alfabeto cirílico foi desenvolvido e adotado pela primeira vez na Bulgária, no século X. Depois é que os russos, ucranianos, sérvios entre outros o adotaram. Os búlgaros têm o maior orgulho disso. (O nome "cirílico" vem do fato de que ele começou a ser desenvolvido por São Cirilo e São Metódio, dois monges gregos, nesta região).
Mural com São Cirilo e São Metódio com o alfabeto no pergaminho, do pintor búlgaro Zahari Zograf (1810-1853) no Mosteiro Troiano, na Bulgária. |
Lanchonete em Sófia, com o nome em vermelho no alfabeto cirílico. |
Encontrei-me com minha amiga Romina pela manhã e ela me mostrou várias igrejas. Passamos pelo teatro nacional, e além disso ela me levou pra comer algo que disse ser típico: uma torta de biscoito com nutella bem boa (mas bem pesada também).
Igrejas arredondadas, de arquitetura bizantina. |
Gravuras em madeira na porta da igreja. |
Prédio do governo búlgaro, de arquitetura da época comunista. |
Interior da capela, no estilo antigo do cristianismo ortodoxo. |
Rotunda de São Jorge, um dos templos cristãos mais antigos do mundo. Do século IV, da época em que Sófia era ainda a cidade romana de Sérdica. |
Igreja Sedmochislenitsi, nome dado ao grupo dos cinco discípulos de São Cirilo e São Metódio. |
A Catedral de St. Alexandr Nevsky, da primeira foto do post, agora vista de outro ângulo. |
E, finalmente, a minha torta de nutella. |
Pra quem não sabe, nas igrejas cristãs ortodoxas espera-se que as mulheres cubram a cabeça de alguma forma, então várias andam com um lencinho ou algo pra pôr. Passeei com minha amiga, comemos a torta, e em seguida fiquei por minha própria conta.
Foi aí que descobri os belos preços e que testei minha habilidade de me comunicar com os búlgaros, às vezes em inglês, às vezes usando o básico de russo que sei (as línguas são parecidas, e os búlgaros escolados na época da Guerra Fria tinham que aprender russo). Os números são quase a mesma coisa, então ao menos dá pra saber os preços.
Comprei botas, casacos... cheguei no albergue feito um sacoleiro. Além disso, deu pra experimentar guloseimas tais como framboesas e abóbora assada na rua (muito bom!).
Abóbora assada, nas ruas de Sófia. |
Copinhos com framboesas nas ruas búlgaras. |
E por fim deixo vocês com o belo Teatro Nacional e o imponente Palácio de Justiça. Amanhã, iríamos ao Monastério de Rila, a poucas horas da cidade. Uma dos maiores atrações turísticas da Bulgária, e não sem motivo. Aguardem as fotos e verão.
Teatro Nacional da Bulgária. |
Palácio de Justiça, com os leões à frente. |
Do alto de uma das várias colinas verdes nos arredores de Sófia, alguns dias depois. |
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