segunda-feira, 18 de julho de 2011

Ucrânia: Umas voltas em Kiev

Igreja de São Miguel Arcanjo, em Kiev.

Eram 4:30 da manhã quando eu entrei em território ucraniano. Dali até a capital Kiev ainda seriam mais algumas horas no trem. A Ucrânia é grande! É mais um pedaço da ex-União Soviética que ganhou independência em 1991. De lá pra cá, anda flertando com a democracia. Não é como o regime opressivo da Bielorrússia, mas ainda tem aquele cheiro de máfia russa, muamba, e democracia com pintas de corrupção. Tal como a Bielorrússia, não faz parte da União Europeia. E o que eu fui fazer lá?

Meu papel foi ajudar na organização de um evento sobre justiça ecológica para jovens de diferentes partes da Europa. Foram 10 dias de atividades em grupo, apresentações, debates etc. De quebra, é claro, atividades sociais e passeios pela cidade. Tudo começou quando cheguei com o restante do grupo organizador no albergue onde ficaríamos nos primeiros dias. Não demorou pra descobrir que, com exceção de uma moça simpática, toda a equipe do albergue era gay. Igor, o gerente, trazia um "amigo" por noite.  

Aproveitamos para comer na rua, ver a cidade e o povo, quando não estávamos nos preparativos pra o evento. As(os) ucranianas(os) são como as(os) russas(os), o mesmo biotipo de pele e olhos claros e cabelo que vai do louro ao preto. Em geral são bonitas, mas às vezes meio plásticas quando se arrumam demais (ver abaixo). Aqui é hábito estar sempre de salto alto, até as garçonetes e oficiais de alfândega. Normalmente são muito conscientes da aparência, como no Brasil (e diferentemente de certas outras partes da Europa...).
Apresentadora de TV ucraniana, numa espécie de MTV. Se você acha que as apresentadoras brasileiras são ousadas no vestir...
Outra paixão dessa região é, é claro, a vodka. As seções de álcool são enormes nos supermercados, e há também amplas seções de cigarros  que aqui são bem baratos (e frequentemente contrabandeados para a Europa ocidental). Pedimos pizza uma noite dessas no albergue, e avisaram que de brinde viriam duas garrafas de vinho (?). Saquem só o naipe...
Pizza, sushi, e as duas "garrafas de vinho" que vieram. Ninguém aguentou beber. Nem experimentei, mas disseram que parecia álcool de farmácia.
Na noite seguinte decidimos sair pra comer fora. Perceba como na arrumação da mesa já tem até o copinho da dose de vodka. Às vezes aqui as pessoas tomam vodka com a refeição, como se fosse vinho ou suco (e terminam a garrafa!).
A comida também não é nada especial. Legumes fervidos, batata amassada, peixe cozido no sal... e quase tudo com um creme azedo que eles aqui adoram (creme de leite com gosto de coalhada). Pelo menos não teve sopa de capim de novo. 

Mas pra não fazer uma imagem ruim demais da Ucrânia, preciso dizer que a capital, Kiev, tem áreas bem bonitas. No último dia antes de começar o evento que estávamos organizando, saímos para conhecer um programa de voluntarismo da ONU operando na Ucrânia. O responsável é um italiano, Giovanni Mozzarelli (hehe). Além disso fomos a um evento de arte. 

A infra-estrutura da cidade é parecida à de cidades brasileiras, inclusive com algumas calçadas quebradas, buracos nas ruas e talz. Mas as estações de metrô são uma atração à parte. Pelos túneis há vendedores de todos os tipos - parece um ponto de ônibus ou estação rodoviária, só que subterrâneo. E quando eu digo subterrâneo, leve a sério: as estações de metrô de Kiev foram construídas no começo da Guerra Fria (nos anos 50 e 60) e preparadas pra servirem também como abrigo anti-bomba. Algumas delas estão a mais de 100m de profundidade, e você leva minutos e minutos na escala rolante. Não é para os claustrofóbicos.
As estações de metrô de Kiev foram quase todas construídas na Era Soviética e mantêm a ornamentação comunista.
Numa das profundas estações de metrô de Kiev.
Um looongo caminho...
Duma estação dessas seguimos do escritório do Mozzarelli até a exibição de pinturas daqueles adolescentes bielorrussos que conheci e que mencionei no post passado. Fizeram um super evento para a exibição, com políticos, cantores, coquetel e tudo. Até foto com ex-presidente ucraniano eu tirei (a vir, pois não foi com a minha câmera). Mas o fulano é esse daí de baixo, Leonid Danylovych. Pela cara, já não dá pra dizer que é político? hehe.
Fui na cara de pau no final das apresentações e posei pra foto com ele e mais políticos. Depois quando conseguir a foto eu mostro.
Exibição de arte de crianças e jovens na Ucrânia, com direito a políticos e cantores.
... e é claro, o coquetel.
Por fim, eu falei que mostraria partes bonitas de Kiev, então lá vai. No próximo post eu falo de como o evento transcorreu, de como eu me meti em dança ucraniana e até num desfile de "moda" feito com lixo no centro de Kiev.
Centro de Kiev.
No monumento na Praça da Vitória, referente à vitória na Segunda Guerra Mundial (que nessa em russo é chamada de  "A Grande Guerra Patriótica")
Outro monumento na Praça da Vitória, segundo o mito de que esses quatro irmãos da estátua fundaram a cidade, ainda no primeiro milênio depois de Cristo. Não parece um grupo de personagens de RPG?
Arquitetura "monumentalista" típica da Rússia e dessa região. Basicamente, é a ideia de construir prédios públicos que se assemelhem a monumentos clássicos.
Em frente à Igreja de Santa Sofia, ortodoxa (mais sobre o Cristianismo Ortodoxo no próximo post)
Prédio ministerial.

Igreja de São Miguel Arcanjo, também ortodoxa.

Igreja de São Miguel Arcanjo, Kiev. As cúpulas de ouro, típicas das igrejas ortodoxas, simbolizam chamas de velas.

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